domingo, 3 de outubro de 2010

O Caminho da Cruz.

Ainda hoje percebo que em mim nem tudo se converteu, nem tudo que há em mim se voltou completamente para o Senhor. É curioso perceber nos meus momentos de silêncio e interiorização que o processo de conversão gradual e contínua será eterno, e passará por vários episódios e alguns deles serão reprises intermináveis...


É dura essa realidade e para muitos pode parecer penosa e cruel, mas este é o verdadeiro sentido da cruz, quem carrega sua cruz segue a Cristo. Isso por que a cada passo dado a cruz parecerá mais pesada, parecerá haver mais resistência ao atrito com o chão, mas na verdade essa sensação não se deve à madeira da cruz, porque esta lhe foi dada do mesmo jeito com o mesmo peso e com o mesmo tamanho, se te cansas a caminhada é porque as suas forças em alguns momentos não serão suficientes, seja porque o terreno é difícil, seja porque o cansaço já grita em sua carne. E serão nesses momentos críticos que você, assim como eu, se deparará com o desafio da fé, com dois caminhos ambíguos:





A conversão ou a fuga!





É interessante notar que é nesses momentos onde a verdadeira conversão acontece, na maioria dos casos, quando nos deparamos com um momento crítico em nossas vidas onde a cruz é tão pesada que nós tombamos sob seu peso com o rosto no chão.



Cristo foi ajudado por um Simeão, nós somos amparados pelo seu próprio Espírito quando assim aceitamos a oferta de amor que ele nos deu. O Simeão foi obrigado a ajudar, mas Cristo nos envia seu próprio Espírito por amor e compaixão de nós!


A cruz não se torna mais leve e nem o terreno mais plano e limpo, mas nós, animados por esse Espírito, redescobrimos a força que vem do alto que nos foi infundida pelo batismo e para aqueles mais corajosos, renovada pelo crisma.


Mas para esse passo firme de escalada é preciso coragem e humildade, coragem para aceitar e crer naquilo que não se sabe, naquilo que é insondável e que está fora dos nossos controles e domínios, e humildade para reconhecer que nós temos poder de decisão mas nem sempre teremos, ou saberemos onde buscar, a energia necessária para seguir os caminhos que escolhemos.


Ainda há a opção da fuga, e tantas vezes vemos pessoas optando por esse caminho... Com a ilusão de achar que o melhor caminho é aquele onde o sofrimento não existe, a pessoa se condena, se aprisiona num constante caminho de busca pelo prazer e pela satisfação pessoal (é nesse ambiente que o pecado nasce como iniqüidade) sem levar em consideração que a evolução e a verdadeira liberdade só se consegue através do caminho onde o equilíbrio entre as coisas deve ser a chave, não há mal que sempre dure assim como não há prazer na Terra que dure para sempre. Cada momento deve ser vivido e encarado com maturidade e plenitude, e sempre com os olhos fitos no objetivo Final.



Assim o Calváreo não parecerá tão difícil de percorrer, nem a cruz tão pesada que suas pernas não sustentem o peso, e terá uma vida onde a madeira lhe trará frutos de sabedoria e felicidades, onde a dor continuará sendo o que é, mas seus olhos a verão por uma outra ótica e a paz que deseja para tudo que te cerca começará dentro de você!





Que a Paz esteja com todos nós!