sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Povos Bárbaros






Tempos de barbárie é o termo utilizado para a época onde a lei era a espada e os valores da sociedade praticamente não existiam, os valores que prevaleciam eram os valores da força e do medo.
Na antiguidade houve um período como este, que começou com a queda do império Romano, destruído pelo seu próprio povo corrompido pelas fraquezas humanas, que pouco a pouco foram se institucionalizando e enfraquecendo a supremacia do império que um dia foi o berço da civilização...
Foi a Cristandade que nos séculos decorrentes da queda de Roma, salvou a civilização.



Com a queda dos poderes civis e militares daquela época, a única instituição que permaneceu unida e firme em seus valores e funções foi a Igreja Católica, seus bispos, presbíteros, diáconos e fiéis leigos resistiram firmemente aos povos bárbaros, que pela coação e repressão violenta, saqueavam povoados, destruíam cidades e cometiam uma série de outras monstruosidades. Esses povos não cultivavam os mesmos valores cristãos. Seus valores se baseavam na força, eram extremamente violentos e cometiam atos chocantes dada a selvageria com que tratavam os povos dominados, estupravam mulheres, matavam crianças, escravizaram os homens e matavam idosos e inválidos sem a menor piedade. Exibiam as cabeças de seus adversários como troféu de guerra e acabaram que estabeleceram seu poder nessas regiões, sua cultura era limitada pois eram povos tribais, tinham poucos registros e eram muito rudes.


A Igreja entendendo que essa selvageria era fruto da ausência de Deus nos corações desses povos. Começa então um lento trabalho de catequização e conversão desses povos. Ao mesmo tempo em que negocia-se a paz entre o novo poder e a única instituição de pé no momento, a Igreja Católica. Esse processo, que foi contínuo durante os séculos decorrentes, custou o sangue de muitos membros da Igreja, que por amor ao Evangelho e crendo que era necessário para haver a paz na Terra que a mensagem de amor nele contido fosse comunicada, não se calaram perante o poder do fio da espada...
E hoje, nossa cidade do Rio de Janeiro reflete um pouco do que nós, que um dia fomos uma civilização digna e equilibrada, estamos construindo para nossos filhos e netos...



A nossa sociedade quer caminhar sem Deus, a nossa sociedade se considera tão equilibrada e segura em sua complexidade que não vê mais a necessidade de Deus em sua vida! Sim, veja se você mesmo já não caiu um dia na tentação de dizer que fé e política não se misturam? Ou que alguns assuntos não combinam com religião? Será que você em algum momento em que ouviu no noticiário da TV um pronunciamento do Papa sobre um assunto não deve ter ao menos pensado: O que o Papa, ou a religião tem haver com esse assunto?



E hoje o que lemos nos jornais é:
Barbárie no Rio de Janeiro!! A violência impera na capital carioca!

Quantos de nós não lemos ou ouvimos algum jornalista anunciar títulos semelhantes?

 A coisificação do sexo, a desvalorização da instituição familiar, a libertinagem que se instala, a supervalorização do "TER em detrimento do SER", a coisificação da pessoa, a desvalorização da vida, a normalização do uso de entorpecentes a sexualização do consumir, são temas de funk, de novelas, de propagandas, de programas de humor, e chegam as nossas casas com a facilidade de um botão, a disposição das crianças e a nossa disposição também! Desatentos, somos impregnados por essas realidades que nos impõe serem boas e corretas. Algumas dessas coisas já são institucionalizadas como patrimônio cultural e outras legitimadas como pura expressão artística! Mas a verdade é que são valores bárbaros, que nos levam aos mesmos erros que os romanos não cristãos cometiam, impregnando-se de vícios, cultivando-os como se fossem virtudes, tudo em nome da liberdade individual...

Nós não percebemos que tudo isso que aparentemente não tem nada a ver com essa onda de violência em nossa cidade, na verdade tem tudo em comum com essa barbárie. Nossos valores se perderam, as pessoas são valorizadas pelo que tem e não pelo que são, com isso nascem os poderes paralelos, a força e a violência tomam o lugar do respeito e da instituição, o poder que tem na sua base a promoção do bem-estar comum se desvirtua pela nova mentalidade egoísta do “cada um na sua”. A mensagem de Deus para essa sociedade é obsoleta e rudimentar, mas ela está mais atual a cada momento!
É necessário que o povo cristão vá ao encontro dos novos povos bárbaros, aqueles que estão no nosso meio mas ainda não conhecem verdadeiramente o Cristo, aquele já nos trouxe a paz! Mais do que ficar em nossos mundinhos dentro das igrejas, em nossos próprios encontros, junto com os nossos, devemos cumprir a ordem de Cristo e ser “Luz no mundo e Sal da Terra”, dar a essas vidas amargas e mergulhadas em vícios o sabor da virtude, a exemplo dos cristãos antigos, não devemos temer levar a Palavra!
 Não devemos ter medo de anunciar a Boa Nova! Estaremos sendo falsos como nosso próprio Deus se agirmos assim! Estaremos sendo falsos com nossas próprias crenças!


O mundo está sedento de Deus mas não sabe disso, e assim vai buscando Deus em coisas e lugares onde não o encontrará. É como um camelo, que não conhecendo a água, morre de sede na frente de um lago, se houvesse quem o ensinasse o que é a água não teria morrido!



Deus chama seus filhos a renovarem o mundo uma vez mais, a salvar os homens de suas próprias misérias, a anunciar um caminho de plenitude!

Oremos ao Bom Deus que nos envie seu Espírito Santo para infundir em nós o ímpeto evangelizador necessário!

Sejamos luz!!!





“O mundo envelhece, o mundo move, o mundo vai desaparecer. Mas tu cristão, nada receies, porque a tua juventude se renova como a da águia!” (S. Agostinho)