sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Vento sopra onde quer...



Os ventos da mudança sempre sopram, na criação, nada é estático e imutável; As plantas crescem e florescem, a semente cai no chão germina, as aves migram e o filho do homem caminha, vai ao encontro e obedece a ordem de seu Criador e Pai...
“...Se derramaram em lágrimas e lançaram-se ao pescoço de Paulo para abraçá-lo, aflitos sobretudo pela palavra que tinha dito: Já não vereis a minha face. Em seguida, acompanharam-no até o navio. (Atos dos Apóstolos 20, 37-38)”


Com a mesma dor e desconsolo nossa comunidade se despede desse exemplo de sacerdote que para muitos, como eu, foi é e será sempre um sinal de Deus nas vidas dessa comunidade.
Como expressar nossa gratidão, nosso afeto, nossa admiração e tantas coisas que tantos têm no coração para falar deste que se tornou um verdadeiro pastor dessa comunidade?





Como nosso Deus é um Pai misericordioso nós, ao contrário daquela comunidade da qual Paulo se despede, poderemos e com certeza veremos muitas vezes a face sorridente desse caríssimo sacerdote que vai deixar saudades por aqui, isso porque ele vai para pertinho, voltará a sua paróquia, onde cresceu e onde Deus o chamou para o sacerdócio, foi enviado a Paróquia de São Brás em Madureira. A nós que com ele aprendemos que “quem não reza o diabo leva” rsrs devemos orar...
Nós devemos orar por ele e por essa sua nova missão, orar por nossa comunidade, para que nesse momento de desamparo encontremos nosso auxílio no Senhor, para que movidos pelo Espírito Santo possamos, mesmo na saudade, saber acolher bem aquele que virá em nome do Senhor e da Igreja.

Toda mudança gera descontentamento, e como não gerar? Mas os desígnios do Senhor por mais insondáveis que sejam “são corretos e justos igualmente” (Livro dos Salmos) não cabe a nós julgá-los mas sim meditar neles e esperar Nele, pois tudo sabes...



Ao senhor Pe. Nivaldo só nos resta a eterna gratidão por ter feito dessa comunidade o que ela é, não que tenha feito tudo sozinho. Muito pelo contrário, foi a sua fé no potencial dessa gente que permitiu que a graça se tornasse abundante e fecundasse essa comunidade, que a cada dia cresce em espírito e verdade, mantidos pela fé e devoção em Jesus Sacramentado e nos mandamentos do Senhor!



E eu agora tomo a liberdade de me expressar um pouco no singular e manifestar o quanto sou grato por tudo. Foi o primeiro a me acolher verdadeiramente e mesmo com tudo que falavam de mim não colocou-me rótulos, me fez acreditar em mim de novo e a me perdoar e curar, louvo a Deus por ter colocado o senhor no meu caminho. Louvo a Deus no dia que ele sussurrou nos seus ouvidos: “olha aquele perdido ali!” ...

Vou parar senão o teclado vai se afogar aqui!

É bendito aquele que vem em nome do Senhor


E aquele que se vai também!!
Que a paz esteja com todo aquele que anuncia o Cristo!
Nos veremos em breve!

domingo, 3 de outubro de 2010

O Caminho da Cruz.

Ainda hoje percebo que em mim nem tudo se converteu, nem tudo que há em mim se voltou completamente para o Senhor. É curioso perceber nos meus momentos de silêncio e interiorização que o processo de conversão gradual e contínua será eterno, e passará por vários episódios e alguns deles serão reprises intermináveis...


É dura essa realidade e para muitos pode parecer penosa e cruel, mas este é o verdadeiro sentido da cruz, quem carrega sua cruz segue a Cristo. Isso por que a cada passo dado a cruz parecerá mais pesada, parecerá haver mais resistência ao atrito com o chão, mas na verdade essa sensação não se deve à madeira da cruz, porque esta lhe foi dada do mesmo jeito com o mesmo peso e com o mesmo tamanho, se te cansas a caminhada é porque as suas forças em alguns momentos não serão suficientes, seja porque o terreno é difícil, seja porque o cansaço já grita em sua carne. E serão nesses momentos críticos que você, assim como eu, se deparará com o desafio da fé, com dois caminhos ambíguos:





A conversão ou a fuga!





É interessante notar que é nesses momentos onde a verdadeira conversão acontece, na maioria dos casos, quando nos deparamos com um momento crítico em nossas vidas onde a cruz é tão pesada que nós tombamos sob seu peso com o rosto no chão.



Cristo foi ajudado por um Simeão, nós somos amparados pelo seu próprio Espírito quando assim aceitamos a oferta de amor que ele nos deu. O Simeão foi obrigado a ajudar, mas Cristo nos envia seu próprio Espírito por amor e compaixão de nós!


A cruz não se torna mais leve e nem o terreno mais plano e limpo, mas nós, animados por esse Espírito, redescobrimos a força que vem do alto que nos foi infundida pelo batismo e para aqueles mais corajosos, renovada pelo crisma.


Mas para esse passo firme de escalada é preciso coragem e humildade, coragem para aceitar e crer naquilo que não se sabe, naquilo que é insondável e que está fora dos nossos controles e domínios, e humildade para reconhecer que nós temos poder de decisão mas nem sempre teremos, ou saberemos onde buscar, a energia necessária para seguir os caminhos que escolhemos.


Ainda há a opção da fuga, e tantas vezes vemos pessoas optando por esse caminho... Com a ilusão de achar que o melhor caminho é aquele onde o sofrimento não existe, a pessoa se condena, se aprisiona num constante caminho de busca pelo prazer e pela satisfação pessoal (é nesse ambiente que o pecado nasce como iniqüidade) sem levar em consideração que a evolução e a verdadeira liberdade só se consegue através do caminho onde o equilíbrio entre as coisas deve ser a chave, não há mal que sempre dure assim como não há prazer na Terra que dure para sempre. Cada momento deve ser vivido e encarado com maturidade e plenitude, e sempre com os olhos fitos no objetivo Final.



Assim o Calváreo não parecerá tão difícil de percorrer, nem a cruz tão pesada que suas pernas não sustentem o peso, e terá uma vida onde a madeira lhe trará frutos de sabedoria e felicidades, onde a dor continuará sendo o que é, mas seus olhos a verão por uma outra ótica e a paz que deseja para tudo que te cerca começará dentro de você!





Que a Paz esteja com todos nós!